segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Expectativas



Caminhava eu
Desavisada da vida
Quando me deparei com elas
De ambos os lados da avenida.

Havia de todas as formas
Tamanhos, gostos e odores.
E eu, qual criança, encantada
Quis logo de todos os sabores.

E depois da minha orgia
Na Vinte e Cinco de Março emocional,
Estou vendendo, rifando e até doando
Expectativas antes do Carnaval.


Lucia Vianna

sábado, 2 de janeiro de 2010

Retrospectiva





Parada no início de 2010 observo minha vida. Revejo fatos, sentimentos, pessoas. Miríades de sensações me assolam ao mesmo tempo. Olho para tudo e a certeza que me fica é de que sou, antes e acima de tudo, um ser passionalmente racional.
Ainda me recordo intensamente das dores que me habitaram por séculos; ainda sinto a mesma incontida felicidade infantil . Extasiada revejo rostos que, tal qual uma galeria, contam minha história. Um caleidoscópio de sentimentos descortina-se a minha frente.
Sinto-me inundada por profunda emoção. Talvez nem tudo esteja perfeito, mas sinto-me mais viva do que nunca.
Simplesmente, sou feliz!!!



Crédito de imagem: Krzysztof Browko

domingo, 2 de agosto de 2009

Ah, Damiana!





Chora, Damiana, chora!
Pelo passar da hora
Pelo leite derramado
Pelo trem atrasado
Chora pelo tempo que passou...

Chora, Damiana, chora!
Pelos sonhos perdidos
Pelos sentimentos evadidos
Pelo amanhecer sem colorido
Chora pela vida que se foi...

Chora, Damiana, chora!
Deixa o peito se esvair
E então, Damiana
Será hora de olhar no espelho
Ajeitar o cabelo
E finalmente sorrir...

Poesia: Lucia Vianna e Paulo Moreira

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Canção de Amor


Olho para você.
Tão pequenino,
E tão grande em sua perfeição.
Permanece silencioso,
Envolto num sono tranqüilo.

Eu me quedo e observo.
Você é lindo, especial.
Você, meu neto amado
Amor incondicional.

Escrito por ocasião do meu neto Bruno.

Lucia Vianna

sábado, 4 de julho de 2009

H 2 O




Que resistência incrível,
E não resiste a nada.
No seu sossego,
Fica ali, parada.
O vento sopra,
Ela responde tremendo.
O sol aquece,
Ela responde chovendo.
O som lá longe,
Ela responde vibrando.
O tom agride,
Ela responde chorando.

Quando limpa,
Sacia, banha, germina.
Quando suja,
Revida, contamina.
Quando armazenada,
Faz o que lhe convém
Toma a forma exata
De seu armazém.
Quando libertada.
Qual o caminho a tomar?
Toma o que for mais fácil,
Pra que complicar?

No frio rigoroso,
Ela se tranca, dura.
Mas ao calor se entrega lânguida
Qual mulher pura.
Mulher encantadora e importante, sim!
Mulher que é dona de 75% de mim.

Poema de Milton Carvalho Cavutto
Imagem: Lago Azul – Bonito/ MS