Meu avô paterno era cheio de causos para contar.
Criado num sítio do interior de São Paulo, realidade e fantasia conviveram de forma harmônica, no seu cotidiano, durante toda sua infância e adolescência.
Quem certamente saiu ganhando com isso fomos nós, seus netos. Ele constantemente nos reunia a sua volta para contar passagens que, jurava, eram verdadeiras, e que a nós soavam ora incríveis, ora assustadoras.
Lembro-me perfeitamente de uma ocasião em que estávamos sentados em volta da mesa, saboreando a melhor sopa de legumes que uma avó é capaz de fazer, quando meu primo falou algo sobre lobisomem. Imediatamente começamos a rir e a dizer que lobisomem não existia.
Meu avô, sem titubear, disse-nos que existia sim, que ele mesmo já tinha visto. E acrescentou que lá para as bandas do sítio deles era muito comum que o dito cujo aparecesse.
Nós o olhamos com uma certa incredulidade respeitosa e ele, ao nos ver na incerteza, começou a contar de uma determinada noite em que estavam ele e os irmãos, sozinhos em casa. Meu bisavô tinha ido a cidade e só retornaria no dia seguinte.
Ele e os irmãos, já deitados, começaram a conversar e comentar sobre a aparição do lobisomem numa propriedade vizinha. Como uma história puxa outra, lá pelas tantas eles estavam apavorados, mas devidamente bem informados sobre todas as aparições recentes e não tão recentes do constante visitante.
Foi então que começaram a ouvir, ao longe, um barulho de correntes sendo arrastadas. O barulho foi se tornando mais forte ( e ameaçador) a medida em que se aproximava da casa.
Eles escutavam, aterrados, os gemidos entremeados de arquejos , cada vez mais próximos.
Ninguém sabia exatamente o que fazer. Correr? Esconder-se? Sumir?
Foi então que mais corajoso dos irmãos de meu avô aproximou-se vagarosamente da porta e, num ímpeto de coragem, gritou:
- Quer um prato de sal?
E uma voz respondeu de pronto, vinda do lado de fora:
- Que prato de sal o quê, fdp. Me ajuda aqui que a égua escapou!!
Caímos na risada.
Meu avô, sem perder a compostura, afirmou que daquela vez não era o lobisomem, mas que todas as outras histórias eram absolutamente verdadeiras.
Invenções ou não, o fato é que histórias assim tornaram mágica minha infância e eu as coleciono como verdadeiros tesouros que são.
Criado num sítio do interior de São Paulo, realidade e fantasia conviveram de forma harmônica, no seu cotidiano, durante toda sua infância e adolescência.
Quem certamente saiu ganhando com isso fomos nós, seus netos. Ele constantemente nos reunia a sua volta para contar passagens que, jurava, eram verdadeiras, e que a nós soavam ora incríveis, ora assustadoras.
Lembro-me perfeitamente de uma ocasião em que estávamos sentados em volta da mesa, saboreando a melhor sopa de legumes que uma avó é capaz de fazer, quando meu primo falou algo sobre lobisomem. Imediatamente começamos a rir e a dizer que lobisomem não existia.
Meu avô, sem titubear, disse-nos que existia sim, que ele mesmo já tinha visto. E acrescentou que lá para as bandas do sítio deles era muito comum que o dito cujo aparecesse.
Nós o olhamos com uma certa incredulidade respeitosa e ele, ao nos ver na incerteza, começou a contar de uma determinada noite em que estavam ele e os irmãos, sozinhos em casa. Meu bisavô tinha ido a cidade e só retornaria no dia seguinte.
Ele e os irmãos, já deitados, começaram a conversar e comentar sobre a aparição do lobisomem numa propriedade vizinha. Como uma história puxa outra, lá pelas tantas eles estavam apavorados, mas devidamente bem informados sobre todas as aparições recentes e não tão recentes do constante visitante.
Foi então que começaram a ouvir, ao longe, um barulho de correntes sendo arrastadas. O barulho foi se tornando mais forte ( e ameaçador) a medida em que se aproximava da casa.
Eles escutavam, aterrados, os gemidos entremeados de arquejos , cada vez mais próximos.
Ninguém sabia exatamente o que fazer. Correr? Esconder-se? Sumir?
Foi então que mais corajoso dos irmãos de meu avô aproximou-se vagarosamente da porta e, num ímpeto de coragem, gritou:
- Quer um prato de sal?
E uma voz respondeu de pronto, vinda do lado de fora:
- Que prato de sal o quê, fdp. Me ajuda aqui que a égua escapou!!
Caímos na risada.
Meu avô, sem perder a compostura, afirmou que daquela vez não era o lobisomem, mas que todas as outras histórias eram absolutamente verdadeiras.
Invenções ou não, o fato é que histórias assim tornaram mágica minha infância e eu as coleciono como verdadeiros tesouros que são.
6 comentários:
Oi Lucia.,, Seu espaço esta a cada dia cativante e cultural e nos deixa saudosos com suas histórias.
Agora mesmo me fez lembrar da minha adolescência, quando ia passar as férias de fim de ano na faz. de meu avô, junto com vários primos e primas... era uma festa.
grato por me fazer lembrar de uma época bastante feliz...
bjs
Josemar:
Que bom que conseguir trazer de volta boas lembranças.Também tenho muitas e muitas lembranças fascinantes da minha infância e adolescência. Aos poucos, vou tentar compartilhá-la com vcs.
Beijos
Pô Lúcia! kkk
Recordar pe viver sua menina, gostei do seu texto, vc ta retadinha nas escritas, viva Lúcia! kkkk
bjs
O Sibarita
Sensacional!
Dei uma gargalhada aqui.
Bacana mesmo.
bjs
Seu sibarita:
Estou melhorando..rs. Devagar eu consigo escrever tão bem qto os baianos..rs
Beijos
Jorge:
Sou tão bocó que também ri, enquanto escrevia..rs
Meu avô era uma figura, era e é impossivel não rir de suas histórias.
Que bom que gostou. Sua opinião é muito importante para mim.
Beijos
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